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2012 - Livro Vermelho 2013

Handroanthus riodocensis (A.H.Gentry) S.Grose EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 10-09-2012

Criterio: B2ab(ii,iii,iv)

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Handroanthus riodocensis conhecida popularmente como ipê-amarelo e pau-d?arco-flor-de-algodão,é uma espécie secundária que ocupa o estrato médio-superior da floresta e caracteriza-se por árvores de até 35 m de altura, terrícolas, perenes, deciduifólias, hermafroditas, apresentando síndrome de dispersão anemocórica. Endêmica do Brasil, ocorre nos Estados da Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais, até 200 m de altitude. É restrita ao bioma Mata Atlântica, onde é encontrada em Floresta Ombrófila. Apresenta AOO de 20 km². Está protegida pelo Parque Estadual do Rio Doce e pelas Reservas Biológica de Sooretama e Natural da Companhia Vale do Rio Doce. Estima-se que existam 2.000 indivíduos maduros na natureza. Encontra-se sob constante ameaça devido ao deflorestamento nos municípios onde ocorre. Em Jussari (BA), por exemplo, a perda da vegetação nativa foi de 95%; em Alegre (ES), de 90%, em Linhares (ES), de 85% e, em Sooretama (ES), de 60%. São necessários investimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Handroanthus riodocensis (A.H.Gentry) S.Grose;

Família: Bignoniaceae

Sinônimos:

  • > Tabebuia riodocensis ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrição em Gentry (1992) como Tabebuia riodocensis A. Gentry. Nomes populares: "ipê-amarelo", "pau-d'arco-flor-de-algodão" (Gentry, 1992). Diferencia-se de H. serratifolius pela corola mais escura quando seca, cálice mais glabro, entre outros caracteres florais, e por ocorrer em habitats distintos (Gentry, 1992).

Dados populacionais

Encontrado dois indivíduos por hectare na Parque Estadual do Rio Doce, MG (Lopes et al., 2002) e a mesma densidade absoluta na Reserva Biológica de Sooretama, ES (Paula, 2006). Costa et al. (2010) encontraram 31 indivíduos em 2004 e o mesmo número de indivíduos em 2006 em um fragmento de floresta em uma fazenda no sul do Espírito Santo.Houve incremento na área basal entre 1995 e 1997 de indivíduos amostrados no Reserva Natural da Companhia Vale do Rio Doce, ES (Souza et al., 2002) e entre 2004 e 2006 em uma mata ciliar no Espírito Santo (Costa et al., 2010).Baseando-se nos estudos que apresentam o número de indivíduos por hectare, estima-se que haja cerca de 2000 indivíduos maduros na natureza.

Distribuição

Espécie endêmica do Brasil, encontrada na Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo (Lohmann, 2012), até 200 m de altitude (Gentry, 1992).

Ecologia

Árvore de até 35 m de altura (Gentry, 1992) encontrada na Mata Atlântica (Lohmann, 2012), em floresta ombrófila (Gentry, 1992). É uma espécie secundária inicial (Paula, 2006; Rolim et al., 1999), ocupando o estrato médio-superior da floresta (Paula, 2006). Floresce anualmente entre setembro e outubro e frutificação em outubro (Engel; Martins, 2005).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Perda aproximada de vegetação nativa nos municípios onde a espécie ocorre: Jussari (BA) - 95%; Alegre (ES) - 90%; Linhares (ES) - 85% (320 ha somente entre 2010-2011); Sooretama (ES) - 60% (SOS Mata Atlântica; INPE, 2012).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Considerada "Em perigo" (EN) pela Lista vermelha da flora do Espírito Santo(Simonelli; Fraga, 2007).

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Considerada "Deficiente de dados" (DD) pela Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 2.

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Encontrada nas seguintes unidades de conservação (SNUC): Parque Estadual do Rio Doce, MG (Lopes et al., 2002), Reserva Biológica de Sooretama, ES (Paula, 2006) e Reserva Natural da Companhia Vale do Rio Doce, ES (Souza et al., 2002).

Referências

- LOHMANN, L.G. Bignoniaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB117459>.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- COSTA, M. P.; NAPPO, M. E.; CAÇADOR, F. R. D.; BARROS, H. H. D. Avaliação do Processo de Reabilitação de um Trecho de Floresta Ciliar na Bacia do Rio Itapemirim - ES. Revista Árvore, v. 34, n. 5, p. 835-351, 2010.

- ENGEL, V. L.; MARTINS, F. R. Reproductive Phenology of Atlantic Forest Tree Species in Brazil: an Eleven Year Study. Tropical Ecology, v. 46, n. 1, p. 1-16, 2005.

- GENTRY, A.H. Bignoniaceae: Part II (Tribe Tecomeae). Flora Neotropica, v. 25, n. 2, p. 1-370, 1992.

- LOPES, W. P.; SILVA, A. F.; SOUZA, A. L.; NETO, J. A. M. Estrutura Fitossociológica de um Trecho de Vegetação Arbórea no Parque Estadual do Rio Doce - Minas Gerais, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 16, n. 4, p. 443-456, 2002.

- ALESSANDRO DE PAULA. Florística e Fitossociologia de um Trecho de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas na Reserva Biológica de Sooretama, Linhares - ES. Tese de Doutorado. São Carlos, SP: Universidade Federal de São Carlos, 2006.

- ROLIM, S. G.; COUTO, H. T. Z.; JESUS, R. M. Mortalidade e Recrutamento de Árvores na Floresta Atlântica em Linhares (ES). Scientia Florestalis, v. 55, p. 49-69, 1999.

- SOUZA, A. L.; SCHETTINO, S.; JESUS, R. M.; VALE, A. B. Dinâmica da Regeneração Natural em uma Floresta Ombrófila Densa Secundária, após Corte de Cipós, Reserva Natural da Companhia Vale do Rio Doce S.A., Estado do Espírito Santo, Brasil. Revista Árvore, v. 26, n. 4, p. 411-419, 2002.

- FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA;INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica - Deflorestamentos Identificados no Período 2010-2011, p.113, 2012.

- SIMONELLI, M.; FRAGA, C. N. (ORG.). Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória, ES: IPEMA, 2007. 144 p.

Como citar

CNCFlora. Handroanthus riodocensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Handroanthus riodocensis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 10/09/2012 - 23:10:29